SAKASAMA NO PATEMA | RESENHA CRÍTICA

- escrito por MJ 🌻

    Depois de muito tempo na minha lista de interesses, finalmente resolvi assistir o Sakasama no Patema (Patema Inverted) um filme de animação japonesa do estúdio RikkaEscrito e dirigido por Yasuhiro Yoshiura. O longa lançado em 2013 é bastante conhecido por se tratar de um enredo futurista que envolve uma mistura de aventura e ficção científica perfeita para quem gosta de dramas distópicos.

Fonte: Google

    Partindo de uma premissa estranhamente diferente e que chama atenção justamente por ser inusitado, Sakasama no Patema traz a princípio uma história intrigante a se desenrolar. Mergulhamos numa realidade onde coexistem dois mundos (um na superfície e outro no subterrâneo) que após um experimento malsucedido ficaram com gravidades opostas. Pelo pouco que sabemos no filme esse desastre acarretou o desequilíbrio do mundo, que o dividiu em dois e também inverteu a física dos humanos atingidos. Em outras palavras, os habitantes do mundo subterrâneo ficam de cabeça para baixo e caem em direção ao céu. Parece confuso, e de fato é em determinados momentos da história.

    Nessa perspectiva, o filme utiliza mecanismos giratórios em tela para conseguirmos uma visão mais abrangente dos cenários e do ponto de vista dos personagens que irei mencionar à frente. Apesar desse interessante plano de fundo, o filme não explica os motivos exatos que levaram a humanidade a criar um experimento potencialmente perigoso e muito menos como todos tiveram que se adaptar depois do ocorrido. Em alguns momentos senti falta de explicações básicas que poderiam aprofundar minha imersão no drama, No entanto, devemos levar em consideração que o foco principal do filme é a relação conflituosa entre o povo de Aiga (da superfície) com os humanos invertidos que vivem num complexo industrial cheio de túneis (no subterrâneo).

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    De um lado nos deparamos com Aiga, um país autoritário que considera os invertidos como pecadores que foram “engolidos pelos céus por seus pecados” e que acreditam ser os únicos puros da espécie humana. Do outro lado, temos os invertidos que se mantém escondidos dos “homens morcegos” de Aiga que buscam encontrá-los e exterminá-los. Enfim, diante desse contexto conturbado encontramos Patema a princesa do mundo subterrâneo e também a protagonista aventureira e curiosa que não se incomoda de quebrar regras mesmo levando sermões do velho ancião. Sempre movida pelo desejo de explorar o desconhecido, ela acaba se deparando com uma situação que a faz cair no mundo da superfície onde é salva por Age.

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    Age é um garoto reservado em seus pensamentos e aficionado por observar o céu. Além disso, ele não concorda com as proibições impostas pelas autoridades e é contra o modo de pensar da sociedade que é oprimida constantemente pelo regime. Então, quando ele conhece Patema “uma invertida” perto de sua escola, os dois acabam planando no ar ao segurarem um no outro, e assim ele decide escondê-la e ajudá-la a voltar para casa.  

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    Nesse curto prazo de tempo, percebemos uma amizade e confiança surgindo rapidamente entre os protagonistas, no entanto, antes de nos apegarmos ao cativante romance que singelamente começa a surgir entre ambos, a história segue um rumo de fuga quando eles são descobertos pelas autoridades e somos apresentados ao vilão genérico e com complexo de superioridade que sequestra Patema. Diante da eminente sensação de urgência que se forma, somos arrastados para uma tempestade de emoções. A tensão intrínseca que os personagens transmitem em suas expressões e atitudes, nos faz ficar ansiosos e apreensivos pelo que veremos a seguir. 

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    Mesmo ameaçado de ser silenciado Age com ajuda dos outros invertidos que vieram atrás de Patema traçam um plano para resgatá-la, e a partir daí é estabelecido uma onda de descobertas, ação e um leve toque de humor que se encaminha para o clímax do filme (que particularmente gostei muito). Sem me aprofundar nos detalhes, a história se inverte completamente e Age compreende os medos e inseguranças de Patema ao estar na mesma situação que ela já esteve, e isso o faz perceber o quanto ela é corajosa por prosseguir mesmo sem ter um piso sólido para pôr seus pés.


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    O filme nos envolve em uma trama que prende nossa atenção do início ao fim, fazendo uso de um plot twist bem elaborado que nos causa uma surpresa e ao mesmo tempo uma leve bugada no cérebro. O drama finaliza com um final balanceado, contendo ainda algumas camadas não exploradas que nos deixam com vontade de teorizar sobre o que foi, é e será. Apesar dessas pontas soltas, a narrativa nos dá uma sensação aconchegante e por isso é um fim muito satisfatório. 

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    A animação é marcante mesmo não possuindo nada fora da normalidade, e isso o torna deslumbrante aos nossos olhos pela própria simplicidade e qualidade ali expressadas, e singelamente é posta na trilha sonora que é tocante a sua maneira, e devo afirmar que a música-tema é realmente lindíssima e combina muito bem com a trajetória que Patema e Age percorreram ao longo da história. Em resumo, o filme é cativante e expõe questões humanas que notavelmente mexem com nosso emocional e mantém um ritmo empolgante. 

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Portanto, é uma história complexa e nostálgica que realmente vale a pena conferir.

Nota: 9,8/10

 

Comentários

  1. Simplesmente, uma resenha magnífica! Esse filme é muito lindo e se tornou um dos meus favoritos❤️
    Estou adorando as resenhas do blog, por favor continuem!

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    1. Muito obrigada pelo feedback, fico muito feliz em saber que você está gostando e acompanhando nossas resenhas aqui no blog ♡ isso me motiva a continuar escrevendo cada vez mais!

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