BLOOD-C: UM ANIME FORA DA CAIXINHA

  - escrito por MJ 🌻

    Já parou para pensar que talvez nem tudo é o que parece ser? BLOOD-C é o anime perfeito para provar o quanto isso é verdade. Em um mundo em que monstros místicos comem gente, Saya Kisaragi é a única capaz de destruí-los e manter o controle da situação caótica que se instaurou e ameaça acabar com todos que ela ama. 

Fonte: Google

    Blood-C marca a segunda série da franquia Blood que começou com sua antecessora Blood +. No entanto, como não assisti o primeiro, essa análise será exclusivamente sobre Blood-C. Como o próprio nome já nos induz a imaginar, Blood-C é um anime sombrio que abrange os gêneros de mistério, horror, drama e sobrenatural. A animação foi produzida pelo estúdio Production IG em colaboração com os criadores de mangá CLAMP em 2011. 

    No quesito estética os traços são em minha perspectiva visual muito esguios, porém com uma opening bonita que combinou com a música escolhida para compor a abertura e isso garantiu com que eu não pulasse direto para o episódio em si. 

    A respeito do enredo o anime tem uma dose equilibrada entre ação e mistério que nos envolve no decorrer dos acontecimentos. No entanto, por vezes percebi que o desenrolar da narrativa ficava confuso e por não ser capaz de esclarecer detalhes importantes acabou deixando pontas soltas à mercê da nossa própria interpretação pessoal.

    A princípio assisti os primeiros episódios sem entusiasmo, pois parecia uma história simples, com personagens frios e sem sentimentos (com exceção de Saya) que não te fazem sentir afeição. Além disso, a primeira metade do anime tem um começo similar onde somos apresentados ao cotidiano de uma garota aparentemente comum chamada Saya Kisaragi que todos os dias pela manhã visita seu amigo Fumito (que é o dono do café que fica perto do Santuário onde Saya mora com o pai) e alegremente vai cantando uma música agradável a caminho da escola. Além disso, Saya tem um ciclo de amizades composto por duas irmãs gêmeas e travessas, o líder de classe, uma gótica e um provável crush (Mas não se engane a história não é sobre romance).

Fonte: Google

    Até esse ponto da história não tem nada de anormal, porém o que ninguém sabe é que naquela pequena e pacata cidade existem monstros chamados Furukimonos que comem gente.  E a única que secretamente (óbvio) pode derrotar esses monstros é a Saya com sua espada especial (uma Katana). A partir disso, em certas noites Saya sai para caçar os furukimonos e determinada a salvar todas as pessoas, ela luta contra esses monstros cabulosos até matá-los.

    Durante as cenas de combate, muito sangue é jorrado e por isso algumas partes são censuradas. Apesar disso, as lutas são legais e intensas, deixando no ar uma suspeita de que talvez Saya não seja uma simples garota, pois, por trás de um lindo rostinho encontramos uma espadachim habilidosa e com algum poder oculto revelado por seus olhos que adquirem um tom carmesim, inclusive seu comportamento também muda drasticamente para uma frieza insana e implacável. 

    As lutas são bem construídas e prendem nossa atenção, enquanto os monstros a cada episódio são mais estranhos e difíceis de derrotar, assim como vemos na medonha cena dos “coelhos” nossa heroína não consegue salvar todas as pessoas de virarem comida de furukimono. Apesar dos acontecimentos meio previsíveis da vida dupla que Saya leva todos os dias, o que de fato me intrigou e despertou minha curiosidade foi justamente o segredo que o narrador misterioso escondia sobre Saya, algo acerca de um acordo que a mesma devia se lembrar.

    A voz misteriosa que ecoava no fundo dos episódios dizia coisas que a princípio não tinham nexo algum. Como se a protagonista tivesse um quebra-cabeça para resolver e tentasse encaixar as peças nos espaços certos para enfim ver a imagem completa da situação. Além da voz, um gato também parecia querer dizer algo importante para Saya que por vezes sentia como se tivesse realmente esquecido algo.

    Somente nos últimos episódios é quando as coisas estranhas começam a fazer sentido em uma reviravolta inacreditável e tão cabulosa que te faz perceber que tanto a personagem principal quanto você mesmo que estava assistindo foram enganados pelos seus próprios olhos esse tempo todo. Afinal, Blood-C não é o que parecia ser, é um anime completamente fora da caixinha.                              

        O plot twist é realmente tudo que você nunca imaginaria que fosse acontecer e isso faz o anime entrar em frenesi total. Ao mesmo tempo que descobrimos quem é o antagonista da história, também encaramos a face da verdade. Sem dar spoilers, devo dizer que o melhor do anime se encontra no final e para quem gosta de ser surpreendido vale a pena dar uma conferida no anime.

    Porém mesmo com um clímax incrível a história não finaliza na primeira e única temporada de 12 episódios, por isso em 2012 o anime ganha uma continuação com o filme Blood-C: The Last Dark para explicar as pontas soltas do anime enquanto mergulhamos na jornada solitária de Saya em busca de vingança. Mas infelizmente o enredo do filme não me convenceu e não conseguiu atingir minhas expectativas, pois, novamente senti que a narrativa seguiu um rumo confuso que deixou algumas perguntas ainda sem respostas. 

O filme termina com um desfecho agridoce que poderia ter sido mais bem trabalhado. 

Nota do anime: 7/10

Nota do filme: 5/10